Parteiras, Recebedoras da Vida

Geralda Martins Soares
Parteira em Jenipapo de Minas,
realizou mais de 700 partos.

Maria da Penha Luiz Pereira
Parteira em Estiva

Jovelina Batista Nunes
Parteira em Silvolândia/Tamanduá

Teonila Lopes Ferreira
Parteira em Vila São José












Parteiras, Recebedoras da Vida

D.Gera
Maria da Penha
Jovelina
Teonila
Todas donas, Senhoras!
Recebedoras da vida.
Tecendo com as mãos os cordões,
crias dos sonhos e dos desejos
dos prazeres e fantasias;
alinhavos de dores e alegrias.
Bordados da essência
de ser.

                         Lori Figueiró


Na inauguração do Centro Social de Atividades da AJENAI, em Jenipapo de Minas,
entre os conhecedores tradicionais homenageados na Exposição Fotográfica,
D.Gera, Maria da Penha, Jovelina, Teonila, representam as parteiras do município.

Recordando um encontro com Sr. Bernardino

Numa manhã de sábado, em frente a Capelinha de
São Sebastião em Jenipapo de Minas, Sr. Bernardino
me confessou:

 

"Não tenho gosto de aprender as coisas que não são boas,
 mas as coisas que Deus deixou, eu gosto de praticar."
                                
                                               Voltando de Jenipapo,

vim recordando Sr. Bernardino, sua viola, seus versos:

         
                 "Eu vou cantar meu nove
                  com a dor no coração
                  eu vou comprar um carro novo
                  pra chiar no chapadão

                  Eu vou comprar um carro
                  pra chiar no chapadão
                  mas enquanto o carro chia,
                  morena, ocê tem consolação."

"Queu enxerguei ela, eu quase morri de medo"

                             Parteira em Tamanduá, povoado de Jenipapo de Minas,
                             Jovelina Batista Nunes narra o seu medo diante de uma 
                             onça que o marido matou.

Ilídia Batista Lopes, Sacralização do Cotidiano

D. Ilídia, com a sua fé e
sua vivência místico-religiosa,
vem suscitando em mim
um olhar mais cuidadoso
para os registros
que venho nomeando de
Sacralização do Cotidiano.

 Ilídia Batista Lopes, São Gonçalo do Rio das Pedras.

D. Helena e o Espírito da Ressurreição

Helena Siqueira Torres e o Espírito da Ressurreição.
São Gonçalo do Rio das Pedras, abril de 2012.   
     


"Toda compreensão é poesia,
 clarão inaugural que névoa densa
 faz parecer velados diamantes."

      Adélia Prado, Esplendores em A duração do dia                                

"... na bruta, com fé, com Deus, na bruta."

                            Ana Leite Lemos, parteira em Ribeirão de Areia, povoado de
                                    Jenipapo de Minas, recentemente recebeu em suas
                                              mãos mais uma criança para a vida.

Veja-me só que elegância

Veja-me só que elegância
Em que ponto eu hoje estou
Com esta bela sombrinha
Que o padrinho me comprou.

Andando assim como eu ando
Toda galante sombrinha
Não há ninguém que me deixe
De julgar como uma mocinha.

Quero que todos exclamem
Isso sim não é menina
Repare e veja que é
Uma mocinha pequenina.

Seguro na minha saínha
Como faz toda senhora
Mas não se ria de mim
Senão daqui eu vou me embora.

E quem muito há de gostar
De me ver assim vestida
Toda catita e galante
É a mamãezinha querida.

Autor desconhecido, por Ilídia Batista Lopes.

D. Ilídia, com seus 96 anos de idade, é o morador mais idoso de São Gonçalo do Rio das Pedras.
Sempre que solicitada e instigada a recordar as suas memórias, com uma sombrinha nas mãos,
em gestos teatrais, ela declama os versos acima.

"Tem muitos versos que a gente entrosa"

                          Bernardino Lopes de Caldas, interpreta versos dos trovadores
                          e de autoria própria.


                                              Vídeo-documentário selecionado no 
                                          3° Festival de Cinema de Montes e Claros,
                                                      22 a 27 de maio de 2012.
                                         

A luz de um amanhecer

    
    Amanhecendo nas serras do Itambé,
    São Gonçalo do Rio das Pedras.

    "Serras que se vão saindo, para destapar outras serras. Tem de todas

     as coisas. Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a

     fazer outras maiores perguntas.

     Riobaldo em Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa.

"Eu tenho um caso pá contar"

                      Bernardino Lopes de Caldas, interpreta versos de autoria própria.

Sr. Manoel da Costa e D.Generosa

No domingo, 25 de março, tive o prazer em conhecer o Sr. Manoel da Costa e D. Generosa.

Ambos com 94 anos de idade e 76 anos de casados. São membros da Irmandade N. S. do

Rosário em Francisco Badaró.

Bernardino Lopes de Caldas

Oi Lori, eu tenho um caso pá contar
fica ocê muito obrigado, Lori
d'ocê ir lá em casa me chamar

Muito obrigado, Lori
d'ocê ir lá em casa me chamar
na hora que eu for embora, Lori
queira a Deus se não vai chorar.

   ( Versos para a "Dança do Nove" que o Sr. Bernardino compôs para me presentear. )

                     
                     
             Bernardino Lopes de Caldas, lavrador, raizeiro, benzedor, violeiro, compositor
             e jogador de versos. Morador em Ribeirão de Areia, povoado de Jenipapo de Minas.