Geralda Martins Soares e os bisnetos Thaís e Erick
Parteira em Jenipapo
de Minas, D. Gera,
mãe Gera, recebeu em
suas mãos
mais de setecentas
crianças “para
admirar com
apreço as
cores da
vida
recebendo de
Deus as
bênçãos”, como
me confidênciou quando
nos conhecemos.
Filha, neta e
bisneta de parteiras,
iniciou-se no oficio
de parteira, realizando
três partos antes
do nascimento de
seu primeiro filho, ainda
aos dezesseis anos.
Mãe de dez
filhos, dois
foram chamados
para a
convivência com
Deus antes
de um
aninho de
vida e
Beto ( José
Roberto ) já
homem feito,
tem 13 netos
e 2 bisnetos.
Com as suas
filhas, genros, netos
e bisnetos integram
o Grupo de
Consciência Negra
Fé e
Resgate. Com a
sua força e sabedoria,
mãe Gera é a
linha e o ponto
que
perpassa as relações
dos integrantes deste
grupo.
Revendo alguns registros
de nossas primeiras
conversas:
A vida
da gente,
a gente
não sabe
aonde que
fica, né.
Não sabe
como é
o traço
da vida
da gente.
A gente
tá muito
bem, aí,
mas o
final da
vida ninguém
sabe o
quê que
arresulta.
Em um outro
momento: O
mundo dá
muita volta
e não
sei de
quem serei.
No último domingo,
instantes antes da
Missa da Consciência
Negra enquanto
eu a registrava
em companhia de Thaís
e Erick, seus bisnetos;
- eu
nasci, Lori,
para viver
alegre, não
gosto de
tristeza, tudo
o que
incomoda
eu não
carrego, jogo
tudo pra
trás e
sigo a
vida e
sei que
assim é
melhor, que
assim deve
de ser.
Hoje, eu
tô com
o coração
apertado, queria
todos meus
filhos aqui
do lado
meu, comigo,
e mermo
assim não
deixo de
tá alegre,
ocê
deve de
saber, a
alegria é
o tempero
da vida,
num é
mermo?
E assim, recordando a minha amiga Rosa, vou reconhecendo em
mãe Gera
a sua nobreza.
Lori Figueiró