terça-feira, 9 de junho de 2015

Maria Gonçalves Ferreira confeccionando peneira de Cana-brava, comunidade Beira Rio, Berilo.

































                                   Maria Gonçalves Ferreira, Dona Lia.

 
Penerei, penerei...
Você passa a peneira pra cá
eu vou socar meu mio
pra fazer biscoitim de fubá.
...

O engenho tá moendo
do lado de lá.
É Mané Capetim
penerando fubá.

Versos de Domínio Público recolhidos por Alessandro Borges Araújo.



O meu amigo, Alessandro Borges Araújo, me apresentou D. Lia, Maria Gonçalves Ferreira,
numa tarde de um céu irradiando abril. Entre dedos de prosa, goles de café e deliciosos
biscoitos de goma, D. Lia foi descrevendo-me a sua arte em tecer peneiras, tendo em suas
mãos a derradeira feitura. Combinamos que ela faria uma outra peça para que eu pudesse
registrar, o que fizemos numa manhã de maio, o céu encarnado de azul. Ela com as suas
mãos bordando poeticamente o utensílio de cozinha e eu me esforçando em captar a
essência dos seus gestos, as cores e texturas de sua arte.
O Araçuaí serpenteando as barras da comunidade Beira Rio, provocava em mim reflexões
sobre os movimentos mundanos do bem viver com simplicidade, zelos e bem querências.
Tais provocações trouxeram-me a lembrança Edson Nascimento Campos, um outro amigo,
e os nossos momentos de cismar sobre o colorido singular dos cotidianos. A ele, as imagens
desse registro, na intenção de eternizar as possibilidades do “olhar de outro modo”.

Lori Figueiró



Meu caro Lori. Não dá para esquecer que as mãos transfiguram a natureza 
ao darem forma a produtos que não estão lá: estão cá, do lado de cá da cultura,
pois a mão de quem opera com a natureza produz cultura. Não só produz o
utilitário que aparece na peneira, mas o não utilitário que vem com o que
chamamos de poesia: trabalhos das mãos, poiésis. E aí não dá para esquecer
de D. Maria e de Alfredo Bosi, com o seu Os trabalhos da mão. Obrigado. 
Abraços.

Edson Nascimento Campos



domingo, 7 de junho de 2015

Ana Tavares Guimarães Ferreira, na comunidade de Curtume, Jenipapo de Minas, compartilha com os familiares as emoções de se ver no livro “Reflexos ao calor do Vale”.



Ana Tavares Guimarães Ferreira
e Maria Nazaré Ferreira Guimarães.



Silvana Ferreira Guimarães,
Ana Tavares Guimarães Ferreira
e Maria Nazaré Ferreira Guimarães.



Silvana Ferreira Guimarães,
Riquelme Neuan Ferreira Guimarães,
Oraci Alves Leite 
e Ana Tavares Guimarães Ferreira.






Ana Tavares Guimarães Ferreira
e Arotildes Ferreira Santana.




                                             Ana Tavares Guimarães Ferreira