Leoni Baracho Ribeiro
Merces de Souza
João Claudio dos Anjos
Maria Vicentina de Souza
Alexandrina da Cunha
Adão dos Santos Oliveira
Conceição da Dores Correia
Anália da Conceição Rodrigues
Recordo D. Anália,
em nossas conversas, me dizendo:
Lori, a
vida é
boa e
é bela.
Voltei a ouvir
a mesma expressão
na voz
de Sr. Antonio
Pereira, lá em
Curtume, Jenipapo
de Minas.
Seu Lori,
a vida
é boa
e é
bela, eu
sempre repito,
a vida
é boa
e é
bela e
tão mais
bela
quando descobrimos
a boniteza
da vida.
D. Anália, não
está mais aqui, foi
para outras paragens,
contemplar outras belezas.
Enquanto refogava
o feijão, ou o
angú era mexido,
ela, muitas vezes
resumia as nossas
conversas
afirmando que a
vida, além de bela e boa, é como
um sonho.
Meu filho,
a vida não parece
de verdade,
ocê sabe,
tudo é
tão passageiro,
parece uma
nuvem,
é como
um sonho,
é, um
sonho que
a gente
sonha
caminhando pela
vida, sem esquecer o sonhado
e sem querer deixar de sonhar, e mesmo
depois,
acho que a gente continua sonhando,
por isso eu falo, a vida é boa e é
bela, ocê num acredita?
Algumas vezes, citei para D. Anália,
o verso do cordelista Santa Helena,
o sonho é o tempero da vida.
Uma outra vez, falei para ela de
Manoel de Barros,
poeta lá do Pantanal,
tem mais presença em mim o que me
falta.
E mais que um sonho, sei o quanto a
vida é para ser sonhada.
Somente quem sonha consegue
concretizar alguma coisa,
sim, Pedrina, quem não sonha mais,
já desistiu de viver.
Na imagem de D. Anália em minhas mãos,
a luz dos seus olhos, realça em mim
o prazer em me sentir feliz e em paz
com os meus sonhos, com os meus desejos,
quereres de uma vida para ser sonhada.
Lori Figueiró
A série Janelas de São Gonçalo, está atualmente exposta no Bar Vagalume, em Diamantina.
Em janeiro próximo, acrescida de outras imagens, a série Janelas de São Gonçalo estará exposta no 16º Festival de Férias em São Gonçalo do Rio das Pedras.