terça-feira, 17 de julho de 2012

Dona Helena e seus saberes IV


D. Helena, em sua casa, lendo as mensagens dos visitantes
da Exposição
Dona Helena e seus saberes,
no Museu do Diamante, em Diamantina.
















Maria Luiza e Miguel Urion, escrevendo para D. Helena
na Exposição Dona Helena e seus saberes,
no Museu do Diamante.



Gosto, Sandra, de ouvir D. Helena me contando:
olha, Lori, não esqueço do meu pai falando:
Helena, antes de você nascer, você ganhou uma caixa de fósforos.
D. Luiza, a Luizinha Rosa, chegou um dia aqui em casa,
e falou com a sua mãe: Maria Luiza, não tenho
muito o que te dar e nem ao seu filho que vai nascer,
mas tenho aqui uma caixa de fósforos, é para iluminar
a sua hora e os passos do filho que você vai ter,
os caminhos da vida dele...
Eu, Lori, nasci no dia de Santa Helena, 13 de agosto,
por isso o meu nome, e você sabe que eu faço aniversário
duas vezes, é, eu comemoro duas vezes,
o escrivão me registrou no dia 12, então, eu comemoro duas vezes.
E você sabe, como eu já disse, que eu gosto muito de luz, luz é comigo.
Às vezes, eu estou aqui, ou na cozinha, e passa uma luz,
uma claridade, é, eu enxergo luz, claridade,
às vezes, nos muros, eu passando nas ruas, a luz
vai passando, assim... e eu vendo a luz.
O meu pai, ele chamava João Henrique Siqueira,
ele que rachava a lenha e fazia a fogueira, um dia era ele,
no outro, a minha mãe, era aqui na sala, todas as noites,
contando estórias, torrando amendoim, sempre depois da reza do terço,
e a minha vó cachimbando, toda noite era assim...
Por isso o telhado aqui de casa é tão preto, é fumaça do fogão na cozinha,
era a fumaça da fogueira aqui na sala. Então, eu fico pensando, eu acho
que é por isso que eu gosto tanto de luz, D. Luizinha Rosa abençoou
o meu caminho, a minha vida.

E eu, D. Helena, eu sei, assim como Marildinha, que os seus olhos
tem um brilho inconfundível, simplicidade sem tamanho,
reconhecendo como Roberto Amaral, que a sua vida é uma inspiração,
que o seu olhar transmite a certeza de que vale a pena viver pensando no futuro,
como tão bem observou Wanderley, lá de Jequitinhonha.

                                                                                                                  Lori Figueiró

3 comentários:

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  3. 116 cartões
    Com mais um Lori, conta aí
    o da Rosa então são 117
    vou telefonar e vou contar...
    Luiza, Luizinha Rosa
    vem de Luz misturado com Rosa.
    No seu blog a luz da sensibilidade.

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