Sim,
em um tempo que se faz presente,
a luz da poesia
de um povo, de um lugar:
Jenipapo de Minas.
Essência e o celebrar da vida
Gosto de me encantar
com Sr. Bernardino
e o seu
entrosamento com os
versos.
Dona Rita, o
seu pandeiro
e a caixa
de folia de Sr. Antonio Pereira.
Gosto das vozes
brejeiras
de Ribeirão
de Areia,
e da força
latente do Consciência.
Dos pés em
dança dos Batuqueiros,
e da viola
de Sr. Izalino.
As bençãos de
Sr. Eurico e Dona
Ana,
o rendado das
peneiras de Sr.
José Caldas
e a fé
de Dona Filicina.
As mãos em
cerâmica de Dona
Maria Cristina,
e as mãos
de mãe Gera, Tionila e
Jovelina,
e as mãos
das outras mães de
umbigo
recebendo outras mãos.
Os traçados
em retalhos de Nedi
e Maria Julia
e o rendado
dos terços de Olímpio
e João do Morro.
O imaginário
em prosa de Dona
Emilia e Sr. José
Carvalho.
A cozinha de
Dona Rosa com seus sabores e aromas
e a poesia
das narrativas tropeiras
de Sr. José Batista
Sr. Antonio dos
Santos.
As simpatias
e malinezas de Dona Antoninha,
Maria da Penha e Dona Carmelita.
Sr. Francisco, sem cerimônias, se
revelando:
“o senhor pode acreditar, eu sou o
contrário,
eu sou feliz, graças a Deus,
e Cintia no telefone: tô aqui menino,
assuntando
o luar da lua, proseando...
Dona Conceição,
seus pães e quitandas em fornadas.
O Unto-sem-sal
de Dona Áurea, José
Maria e Dona Fiinha.
O fiar da
roda de Dona Joaquina,
as canções de Dona
Vangelina,
Lilia e os
versos de Aleila,
as raízes de Sr.
Marquinhos,
as bonecas de
Dona Antonia, o ponto
em cruz de Dona
Sena,
o desenho sinuoso
das sombrancelhas de
Vanusa,
e o brilho
contagioso dos olhos
de Silene.
Em Jenipapo de Minas,
fotografar o seu povo,
é fotografar as emoções
alimentadas no solo do cerrado,
seus encantamentos e poesia,
sua essência e o celebrar da vida.
Em Jenipapo
de Minas,
fotografar o seu
povo
é fotografar
a sua Alma.