Laurita Alves Viana
Laurita Alves Viana e Valdevino Manoel da Piedade
Na sexta-feira
dia 10 de agosto, me
encontrei novamente
com Valdevino,
agora na companhia de
D. Loura, sua irmã,
com a intenção
de registrarmos
a força e a
beleza de suas
vozes, interpretando
versos,
cantigas, lembranças
e saudades. D. Loura,
assim que nos comprimentamos,
foi logo cantando:
lelê vou
tirar, lelê
vou tirar
lelê vou
tirar o
charuto da
boca
e beber
guaraná
vou quebrar
a panela
da minha
sinhá.
Isso Lori,
era da
minha Vó
Diolina, foi
ela que
inventou isso,
Valdevino já
te falou
dela, e
eu recordo
que também
te falei
dela.
Quando ia
casar a
filha caçula,
aí, arrumava
panelinha de
barro,
colocava cada
coisa que
tinha na
festa,
era doce,
era biscoito,
nessa panelinha.
Aí, na
hora que
terminava o
casamento, cantava
pra noiva:
lelê vou
tirar, lelê
vou tirar
lelê vou
tirar o
charuto da
boca
e beber
guaraná
vou quebrar
a panela
da minha
sinhá.
Era assim,
quando era
a noiva,
era a
panela,
quando era
o noivo,
era o
pote.
Minha Vó,
eu alembro que
ela era
uma velha
muito boazinha,
ela gostava
de rezar
o terço
cantado,
e a
Salve Rainha
dela também
era cantada,
era bonita,
os terços
de antigamente
era bonito
que era
os terços
cantado.
E eu
alembro dela jogando
versos, muitos
versos... assim,
cantados:
meu boi
bebeu, gabiroba
lá no
bebedor, gabiroba
meu chapéu
caiu, gabiroba
meu amor
apanhou, gabiroba
E ela
não podia
ver um
bêbado, qualquer cachaçeiro,
que ela
cantava assim,
numa alegria
só:
No domingo
eu fui
na venda
e levei
pouco dinheiro Bis
em vez
deu comprar
açúcar
eu comprei
a pinga
primeiro
Bis
a mulher
veio me
buscar
de raiva
voltou chorando Bis
não aguentou
me levantar
me levou
foi arrastando Bis
peço pra
quando eu
morrer
me enterrar
na terra
dura Bis
bem pertinho
do alambique
onde corre
a pinga
pura. Bis
As recordações
de D. Loura provocaram
no irmão outras recordações,
que os dois
emocionados, em prosa
e poesia cantaram
e se expressaram
encantando os ouvintes
privilegiados na manhã
de um azul encarnado
de luz e magia, em Ouro Fino, Coronel
Murta.
Lori Figueiró
À Maria Aparecida M. C. Oliveira, Cida, os meus agradecimentos
pelo carinho e tantos cuidados.
À Maria Aparecida M. C. Oliveira, Cida, os meus agradecimentos
pelo carinho e tantos cuidados.
Loriii!!! Amei seu blog! Fotos lindas!
ResponderExcluirSaudades de você!
bjs Mariana Limongi