Vale:
vida
Com
um olhar que ultrapassa os limites físicos e com a sensibilidade de
quem vê no outro a extensão de si próprio é que se traduz em
imagem poética o trabalho de Lori Figueiró. Nascido em Diamantina -
MG, o fotógrafo e videodocumentarista é também autodidata e membro
fundador do Centro de Cultura Memorial do Vale, organização não
governamental com sede em São Gonçalo do Rio das Pedras.
Há
mais de dez anos, Lori Figueiró capta com suas lentes, e perpetua em
registro impresso, a memória coletiva dos movimentos do viver da
gente do cerrado, seus costumes, vivências e trocas de novos e
velhos tecendo diante dos olhos e mentes uma colcha de retalhos:
retalhos de vidas, de lendas, dizeres, danças, contos, cantos e
encantos... histórias oriundas de um sentimento de pertença que
parte do local perpassando o universal.
Seus
vídeos e fotografias têm corpo e alma, têm a energia da vivência
em comunidade, da experiência do dividir quando o pensamento é
somar. Revelam um propósito de celebrar a comunhão de saberes e de
ritmos comparada a um cirandar, a brincadeira de rodas que precisa,
antes de tudo, de um "dar as mãos" para ter início e
fluir colorida, amalgamada de sons: o som dos cantos, ao mesmo tempo
plural e singular; o som solene e alegre dos benditos que reverenciam
os santos e entidades protetoras desse mesmo saber; o som
inconfundível das rodas de samba. Todos perpetuados pela oralidade e
"cuidado"
com os que têm, além da
sensibilidade, respeito pelo fazer do outro, que não difere em nada
do seu.
Lori
Figueiró compreende a importância desses fazeres e seu alcance, e
sabe da real contribuição de seu trabalho para que não se perca,
no caminhar histórico, a beleza do Ser – valor primeiro do
sentir-se inserido no processo de tornar-se guardião ou guardiã da
memória de um povo.
No
Projeto Vale:
vida
Lori Figueiró trata com sabedoria e tato temas como a fé, o
sagrado, o profano, o imaginário, o cotidiano, a memória. A série
registra singularidades que são plurais, transbordando vida,
movimento, alegria, celebração, melodia, rima, cantos e contos
aparentemente fragmentados, mas que se alinhavam uns aos outros,
revelando a essência de um existir coeso do povo do Vale do
Jequitinhonha.
Ridalvo Félix
Rio Jequitinhonha,
Coronel Murta
Vale
do
Jequitinhonha
– MG
Grupo
Consciência
Negra, Jenipapo
de Minas
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
Piquenique,
Tamanduá
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
Batuqueiros
do Curtume,
Curtume
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
Venda,
Tamanduá
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
José
Tiburtino dos Santos,
Ouro Fino
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
Ilídia
Batista Lopes,
São Gonçalo
do Rio
das Pedras
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
Maria Angelica
de Jesus e
José
Maria dos
Santos,
Ouro
Fino
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
Coral
Ribeirão de
Areia, Ribeirão
de Areia
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
Alvina
Gomes da
Silva, Coqueiro
Campo
Vale
do
Jequitinhonha
-
MG
Bernardino Lopes de Caldas, Ribeirão de Areia
Vale
do
Jequitinhonha
– MG
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