Jesuina Orneles de Cristo 78 anos
Fotografia
Na manhã de um azul imprevisível,
no avermelhado das terras de Jenipapo de Minas,
Dona Jesuina, enquanto adoçava, com rapadura,
o café que seria servido em seguida,
resumiu as reflexões e incertezas de Sr. Oscar:
espia Lori, quem nunca viu
quer ver para acabar de querer.
Contemplando a luz refletida
na imagem de Santa Luzia,
na parede por terminar,
a lembrança de minha mãe, sentenciando:
você pode acreditar, o pior cego
é aquele que não quer ver!
E o meu pai muitas vezes,
no batente da varanda,
fazendo os seus próprios cigarros:
meu filho, para a sua avó,
que Deus a tenha em um bom lugar,
o pior cego é aquele que vê
somente o que quer ver.
Entre as luzes do presente e
e o brilho das recordações,
o ver e olhar, o olhar de outro modo,
o não ver, o ser visto e querer olhar,
as visões inéditas,
as imagens inefáveis
e as imagens por registrar;
o visível e o invisível,
as sombras do nada;
o olhar dos semelhantes
e o olhar dos visitantes,
o jogo sutil e desconhecido
de olhar e ver.
Lori Figueiró
Oscar Avelino da Cruz, 80 anos e Jesuina Orneles de Cristo, 78 anos.
59 anos de casados, 7 filhos.
Lori, querido! Você está cada vez mais sensível e apurado à beleza da simplicidade! Adoro visitar seu blog, é sentir a fluidez da minha essência. Abraço grande!
ResponderExcluirComo foi bom visitar o blog, meu amigo.
ResponderExcluirLira, dona Jesuína, Seu Oscar e seu Raimundo, que maravilha.
Se puder poste no meu facebook também.
Seu Oscar, homem simples, Sabedoria encontrada na leitura de/do mundo, foi alegrar o Espaço com a sua vitalidade e molecagem. Seriedade e cerimônias com ele, pra quê?!
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