Veja-me só que
elegância
Em que ponto eu hoje estou
Com esta bela sombrinha
Que o padrinho me comprou.
Andando assim como eu ando
Toda galante sombrinha
Não há ninguém que me deixe
De julgar como uma mocinha.
Quero que todos exclamem
Isso sim não é menina
Repare e veja que é
Uma mocinha pequenina.
Seguro na minha saínha
Como faz toda senhora
Mas não se ria de mim
Senão daqui eu vou me embora.
E quem muito há de gostar
De me ver assim vestida
Toda catita e galante
É a mamãezinha querida.
Autor desconhecido, por Ilídia Batista Lopes.
Em que ponto eu hoje estou
Com esta bela sombrinha
Que o padrinho me comprou.
Andando assim como eu ando
Toda galante sombrinha
Não há ninguém que me deixe
De julgar como uma mocinha.
Quero que todos exclamem
Isso sim não é menina
Repare e veja que é
Uma mocinha pequenina.
Seguro na minha saínha
Como faz toda senhora
Mas não se ria de mim
Senão daqui eu vou me embora.
E quem muito há de gostar
De me ver assim vestida
Toda catita e galante
É a mamãezinha querida.
Autor desconhecido, por Ilídia Batista Lopes.
Há certos momentos na vida em que não podemos pensar muito.
Ao convite de Lori Figueiró - Vamos visitar Dona Ilídia? - a pronta afirmação de quem viu nesta senhora, parte dos seus.
Chegando em sua casa, confirmo a previsão de meu cicerone de encontrá-la com um tercinho na mão acompanhando a missa televisionada. Ela levanta-se com uma vitalidade admirável, sorri cúmplice ao velho conhecido e graceja um forte abraço ao estranho inesperado.
- Diêgo queria ver a senhora e conversar um pouquinho. Ele vem lá de Araçuaí.
- Veio de Araçuaí pra ver essa veiá?!
- Velha nada. O que a senhora tem é juventude acumulada, brinco.
Aos primeiros cliques do amigo fotógrafo, percebo a luz de sua vaidade feminina:
- Num é melhor eu vestir um outro paletó?
- Não precisa, essa roupa tá bonita. Vai conversando com Diêgo enquanto eu registro vocês.
Assim, acostumada aos flashes ela desfia seu rosário de lembranças: o tempo de menina brincando livre nas ruas de São Gonçalo, o grupo escolar e a sua primeira mestra, a lida precoce com a agricultura, o seu pavor (bem justificado, por sinal) de hospital, onde um dia ela se tratando, por displicência da enfermeira, a vovó como era chamada, quase morre, a fé inabalável e a curiosa hierarquia na divisão do dízimo aos santos e santas de sua devoção onde a maior parte é para São Gonçalo, é claro.
Sabendo do meu desejo de lhe ver e ouvir recitando os poemas aprendidos e apreendidos em tenra idade, ela se posta de maneira garbosa, respeitável e com a sombrinha reservada para este atuar, declama "Veja-me só que elegância!”, "Rosas", e como ela diz ouro na boca, a oração Salve Rainha.
Após aplausos e agradecimentos, Dona Ilídia sentencia: Louvado seja meu Senhor Deus! Por muito tempo vou vivendo feliz com tantos amigos pra eu sonhar.
Diêgo Alves
... Tem certos momentos na vida que não devemos pensar muito mesmo amigo Diêgo Alves, melhor vivê-los. Lori encantado por pessoas nos encanta também, viva!
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