Maria Barbosa Santos e
José Ferreira dos Santos
Na comunidade de Pachecos, na barra do Rio Salinas, divisa dos municípios
de Coronel Murta e Virgem da Lapa, na manhã de quinta-feira, me encontrei
com D. Maria
Barbosa Santos, conhecida
como Maria de Zé
Caboje, alcunha
que seu marido Sr.
José Ferreira dos Santos
herdou de seu avô.
Já D. Maria,
adquiriu da mãe,
Josefa Maria de Jesus,
além do ofício de
ser parteira,
a disposição
e o compromisso
em ajudar os seus
semelhantes. Com 75
anos e
sofrendo com as
dores do reumatismo,
ainda assim, quando solicitada,
não mede
esforços para preparar
ou ensinar os seus
medicamentos caseiros e proporcionar
o conforto com as suas bençãos e orações.
o conforto com as suas bençãos e orações.
Quando perguntei a ela qual oração ela
fazia na hora dos partos, ela me respondeu:
Fazia muitas oração, fazia oração de
Nossa Senhora de Mont"Serrat,
Nossa Senhora do Socorro, tudo quanto é
santo eu fazia, minha
Santa Margarida, o senhor me desculpa,
minha Santa Margarida
é a primeira Santa que eu lembrava, era
essa daí, ela me valia, é.
Eu falava, minha Santa Margarida me dá
suas mãos, comparação,
o senhor desculpa, nem tá prenha e nem
tá parida, ela me dava aquela
força, eu recebia na hora, é, graças a
Deus, é.
Tem muitos santos que eu pegava. A hora
que eu entrava ali eu lembrava
dos santos tudo, o senhor sabe, nós que
é católico alembra de tudo quanto
é santo da parte de Deus, graças a
Deus!
Pedi a ela
que me falasse um
pouco mais de Santa
Margarida, e ela:
Minha Santa
Margarida me
dá sua
mão
ela nem
tá prenha
nem está
parida.
Com os
poder de
Deus e da
Virgem Maria.
A hora
que Deus
ajuda que
ela ganhava,
ficava boa,
eu tornava
falar,
Minha Santa
Margarida, graças
a Deus
ela nem
tá prenha,
já está
parida.
Com os
poder de
Deus e Nossa
Senhora, amém!
E os
poder é de
Deus mesmo.
Se Deus
querer, nós
está, se
ele não
querer, num
é, é...
Aí eu
falava, o senhor
gostou deu
falar?
Pois é,
é assim
que eu
falava, é...
Mas de
toda vida
minha é,
mãe sabe,
é uma
oração que
a gente
reza, é...
Eu tinha
essa oração,
minha mãe
levou, morreu.
Eu não
sei pondé
que foi,
eu tinha
essa oração
guardada.
Guardei na
memória,
Até hoje
eu sei
como ela
falava tudo,
é...
Eu não
sei leitura
pra eu
puder olhar,
né,
intão, os
filhos sabe,
mas eu
guardo na
cabeça, é.
Um pouco mais
tarde, me despedi de
D. Maria, encantado
e emocionado com
o seu coração
generoso, com a
sua fé, com o
seu zelo para com
o marido, netos,
filhos e filhos de criação, e
com a sua alegria,
disponibilidade e entusiasmo
para
com a vida,
mesmo queixando muitas dores
e incomodada por depender
das mãos
dos outros.
Lori Figueiró
Lori Figueiró
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