sábado, 31 de agosto de 2013

Coral Ribeirão de Areia, Imagens, Prosas e Poesias XVII
















...
Eu queria pegar com as mãos no corpo da manhã.
Porque eu achava que a visão fosse um ato poético
de ver.
...

                                                                         
Manoel de Barros






Angelica Moreira de Caldas,
15 anos

Angelica Moreira de Caldas

Keilla Estefany Ferreira,
14 anos


Keilla Estefany Ferreira


Christy Ranielly Moreira dos Santos,
11 anos

Crisley Raiane Moreira dos Santos,
7 anos

Crisley Raiane Moreira dos Santos


Crisley Raiane Moreira dos Santos














...
Um dia que outro eu contei para a Mãe que tinha visto
um passarinho a mastigar um pedaço de vento. A Mãe
disse outra vez: Já vem você com suas visões! Isso é
travessura da sua imaginação.
É a voz de Deus que habita nas crianças, nos passarinhos
e nos tontos.
A infância da palavra.

                                                                                          Manoel de Barros






Julia Jennifer Moreira dos Santos,
9 anos















Poeta
é uma pessoa
que reverdece nele mesmo.

                                                     Manoel de Barros 
 



Crisley Raiane Moreira dos Santos


Angelica Moreira de Caldas

Julia Jennifer Moreira dos Santos


Julia Jennifer Moreira dos Santos















Na estrada, ponho meu corpo a ventos.
Aves me reconhecem pelo andar.

                                                                          Manoel de Barros





Christy Ranielly Moreira dos Santos,













Crisley Raiane Moreira dos Santos
























Uma violeta me pensou. Me encostei no azul de sua tarde.

                                                                                         Manoel de Barros





                                Fotografia de Christy Ranielly Moreira dos Santos

  
Dentro de mim
eu me eremito
como as pedras do ermo.

                                                  Manoel de Barros



Com a intenção de fazermos juntos um inventário da comunidade a qual
pertencem, as caminhadas com as crianças e os jovens do Coral Ribeirão
de Areia foram pensadas e planejadas com a intenção de transformar os
momentos de descontração e captura de imagens, uma simples oficina,
em momentos de integração e compartilhamento de saberes, proporcionando
novos conhecimentos-reconhecimentos da comunidade em que vivem
e nasceram, e no fortalecimento dos laços afetivos, familiares e sociais.
Possibilitando assim, a transformação de reflexões e experiências de vida
em protagonismo e empoderamento juvenil.

Ancorado nas memórias de uma infância e juventude, vivenciados com
intensidade no alto e médio Jequitinhonha, venho me valendo ainda da
poesia do poeta matogrossense Manoel de Barros, e a sua sensibilidade
em construir uma obra através do olhar, dos sentimentos e emoções da
criança que foi, e que a muito eu aprendi a amar e que tanto me encanta,
para desenvolver e concretizar o trabalho proposto.

                                                                                                  Lori Figueiró






terça-feira, 27 de agosto de 2013

Coral Ribeirão de Areia, Imagens, Prosas e Poesias XVI







Crisley Raiane Moreira dos Santos,
7 anos


Edna Leite Rabelo,
20 anos



Edna Leite Rabelo



 Crisley Raiane Moreira dos Santos


Andressa Moreira da Silva,
17 anos

 Andressa Moreira da Silva

 Andressa Moreira da Silva




                                     Fotografia de Andressa Moreira da Silva



A Comunidade Ribeirão de Areia, no município de Jenipapo de Minas, acolhe regularmente a equipe de artes, teatro, dança, música, voz, percussão e fotografia. Nos encontros sons e movimentos vão sendo tecidos a cada oficina, os profissionais da equipe frente às impressões registradas nos corpos tem a pretensão da construção de um trabalho cênico junto aos coristas.
Minhas vivências partilhadas com o grupo através da linguagem da expressão corporal tem a intenção de desenhar danças. Algumas vezes as experiências ocorrem no espaço interno do centro comunitário, outras nos ambientes da comunidade. Os elementos dos ambientes estimulam movimentos que refletem “o trote dos cavalos”, “árvores e seus galhos”, “árvores enraizadas nos barrancos”, “cachorro caçando um osso”, “criança brincando no barro”, “árvore desfolhada”, “areia”, “suave nuvem”, “balanços de folhas”, “pássaro no seu ninho”, “água carregando um galho de flor”, até mesmo “golfinhos” imaginários e imaginados no sertão.
Os movimentos singulares nos corpos dos integrantes do Coral convidam-me à constituição de danças ao som de vozes, instrumentos e por vezes, no silêncio.
Fotografar movimenta uma das ações com o grupo, fomos presenteados com o poema “O Fotógrafo”, Manuel de Barros, gerando presença ao som da voz de Diêgo Alves e nos corpos dançantes, coreografando uma foto:” a foto que saiu legal”.

                                                                                                                            Sandrinha Nogueira Barbosa


sábado, 24 de agosto de 2013

Coral Ribeirão de Areia, Imagens, Prosas e Poesias XV






Rony José Ferreira,
10 anos

Rony José Ferreira

John Vitor Moreira dos Santos,
10 anos













Prefiro as linhas tortas, como Deus. Em menino eu
sonhava de ter uma perna mais curta (Só pra poder
andar torto). Eu via o velho farmacêutico de tarde, a
subir a ladeira do beco, torto e deserto... toc ploc toc
ploc. Ele era um destaque.
Se eu tivesse uma perna mais curta, todo mundo haveria
de olhar pra mim: lá vai o menino torto subindo a
ladeira do beco toc ploc toc ploc.
Eu seria um destaque. A própria sagração do Eu.

                                                                         Manoel de Barros





Rony José Ferreira


John Vitor Moreira dos Santos


John Vitor Moreira dos Santos















Formiga é um ser tão pequeno que não aguenta nem
neblina. Bernardo me ensinou: Para infantilizar formigas
é só pingar um pouquinho de água no coração delas.
Achei fácil.

                                                                            Manoel de Barros





Rony José Ferreira

Rony José Ferreira

John Vitor Moreira dos Santos














John Vitor Moreira dos Santos


















Eu queria crescer pra passarinho...

                                                        Manoel de Barros





Rony José Ferreira
                                                     John e Rony


Sou livre
para o silêncio das formas
e das cores.

                                                Manoel de Barros





John Vitor Moreira dos Santos
















Bom é
constar das paisagens
como um rio, uma pedra.

                                                      Manoel de Barros



                                      Fotografia de Rony José Ferreira