sábado, 24 de agosto de 2013

Coral Ribeirão de Areia, Imagens, Prosas e Poesias XII



Lugar em que há decadência.
Em que as casas começam a morrer e são habitadas
por morcegos.
Em que os capins lhes entram, aos homens, casas
portas adentro.
Em que os capins lhes subam pernas acima, seres adentro.
Luares encontrarão só pedras, mendigos, cachorros.
Terrenos sitiados pelo abandono, apropriados à indigência.
Onde os homens terão a força da indigência.

                                                                               Manoel de Barros




Andressa Moreira da Silva,
17 anos

 Andressa Moreira da Silva














Lembro um menino repetindo as tardes naquele quintal.

                                                                                Manoel de Barros




Maria de Fatima Moreira Alves,
17 anos















Para entrar em estado de árvore é preciso partir de
um torpor animal de lagarto às três horas da tarde,
no mês de agosto.
Em dois anos a inércia e o mato vão crescer em
nossa boca.
Sofremos alguma decomposição lírica até o mato
sair na voz.

                                                                          Manoel de Barros





Ivânia Ferreira da Silva,
15 anos


  Andressa Moreira da Silva

 Ivânia Ferreira da Silva









 




Pensar que a gente cessa é íngreme. Minha alegria
ficou sem voz.

                                                                Manoel de Barros









 Andressa Moreira da Silva




























De noite passarinho é órfão
para voar. Não enxerga
nem o pai das vacas
nem o adágio dos arroios.
Seu olho de ovo emaranha com folhas.
No escuro não sabe medir direção e trompa nos paus.
Passarinho é poeta de arrebol.

                                                                            Manoel de Barros





 Andressa Moreira da Silva

 Ivânia Ferreira da Silva


 Maria de Fatima Moreira Alves













 
Em casa de caramujo até o sol encarde.

                                                            Manoel de Barros




                                                 Andressa e Milene


                               Ivânia, Ingrid Estefani, Milene e Maria de Fatima




Em nossa comunidade o ribeirão já não corre água há muitos anos.
Mas Lori, nos convidou a pescar prosas, versos, cantigas e
poesias, cores e luzes em imagens que fossem ardentes
como um soluço sem lágrimas,
que tivesse a beleza das flores do cerrado
e que permanecesse em nossos corações
a pureza das chamas existentes.

                                                                  Ingrid Estefani Leite Lisboa, 12 anos

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