sábado, 22 de junho de 2013

Coral Ribeirão de Areia, Imagens, Prosas e Poesias V



Com a boca escorrendo chão
o menino despetalava o córrego
de manhã todo no seu corpo.

A água do lábio relvou entre pedras...

Árvores com o rosto arreiado
de seus frutos
ainda cheiravam a verão
Durante borboletas com abril
esse córrego escorreu só pássaros...

                                                  Manoel de Barros
  



Walace Rodrigues dos Santos,
13 anos




 













No mundo visto por um olhar de pássaro, os sapos andam de bicicleta.

                                                                                        Manoel de Barros 



   Kananda Jennifer Leite Lisboa,
   9 anos

             Kaique Leite Lisboa,
             8 anos















Vento?
Só subindo no alto da árvore
que a gente pega ele pelo rabo...

                                                                    Manoel de Barros




   Ingrid Estefani Leite Lisboa,
   12 anos














   Mariana Carolina Ferreira Leite,
   12 anos

    Ingrid Estefani Leite Lisboa















Meu irmão apreciava
de estar o puro entardecer
dentro de suas mãos
carregadinhas de amor

E a terra se merecia
de dar naquelas mãos até flor;
sobre a minha casa eu pousei
coberta de cantos.

                                             Manoel de Barros




         


Kananda Jennifer Leite Lisboa
















Sem chuvas, já reparei, as andorinhas perdem o poder
de voar livres.

                                                                   Manoel de Barros




  Kananda Jennifer Leite Lisboa















O poeta é aquele que vai até à minha infância e volta.

                                                                        Manoel de Barros




                                     Fotografia de Kananda Jennifer Leite Lisboa


Se a gente não der o amor,
o amor apodrece em nós.

                                 Manoel de Barros 


 
Com a intenção de fazermos juntos um inventário da comunidade a qual
pertencem, as caminhadas com as crianças e os jovens do Coral Ribeirão
de Areia foram pensadas e planejadas com a intenção de transformar os
momentos de descontração e captura de imagens, uma simples oficina,
em momentos de integração e compartilhamento de saberes, proporcionando
novos conhecimentos-reconhecimentos da comunidade em que vivem
e nasceram, e no fortalecimento dos laços afetivos, familiares e sociais.
Possibilitando assim, a transformação de reflexões e experiências de vida
em protagonismo e empoderamento juvenil.

Ancorado nas memórias de uma infância e juventude, vivenciados com
intensidade no alto e médio Jequitinhonha, venho me valendo ainda da
poesia do poeta matogrossense Manoel de Barros, e a sua sensibilidade
em construir uma obra através do olhar, dos sentimentos e emoções da
criança que foi, e que a muito eu aprendi a amar e que tanto me encanta,
para desenvolver e concretizar o trabalho proposto.

                                                                                                     Lori Figueiró








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