quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Fotografia

                                    Jesuina Orneles de Cristo 78 anos



Fotografia


Na manhã de um azul imprevisível,
no avermelhado das terras de Jenipapo de Minas,
Dona Jesuina, enquanto adoçava, com rapadura,
o café que seria servido em seguida,
resumiu as reflexões e incertezas de Sr. Oscar:
espia Lori, quem nunca viu
quer ver para acabar de querer.
Contemplando a luz refletida
na imagem de Santa Luzia,
na parede por terminar,
a lembrança de minha mãe, sentenciando:
você pode acreditar, o pior cego
é aquele que não quer ver!
E o meu pai muitas vezes,
no batente da varanda,
fazendo os seus próprios cigarros:
meu filho, para a sua avó,
que Deus a tenha em um bom lugar,
o pior cego é aquele que vê
somente o que quer ver.
Entre as luzes do presente e
e o brilho das recordações,
o ver e olhar, o olhar de outro modo,
o não ver, o ser visto e querer olhar,
as visões inéditas,
as imagens inefáveis
e as imagens por registrar;
o visível e o invisível,
as sombras do nada;
o olhar dos semelhantes
e o olhar dos visitantes,
o jogo sutil e desconhecido
de olhar e ver.



                                                                            
                                                                                         Lori Figueiró



                  Oscar Avelino da Cruz, 80 anos e Jesuina Orneles de Cristo, 78 anos.
                  59 anos de casados, 7 filhos.
 

Na Agrovila, comunidade de Jenipapo de Minas, Projeto Fortalecimento de Vínculos


Maria Antonia Fagundes Paulino, 57 anos e
Nailane Ferreira Vieira, 8 anos

Durval Ferreira Paulino, 70 anos

Lidia Lopes Pereira

José Maria Paulino, 67 anos

Terezinha Leite Paulino, 57 anos e
José Maria Paulino, 67 anos

Nailane Ferreira Vieira, 8 anos  e
Italo Pereira Leite, 9 anos

Ana Soares Martins, 70 anos

Sinval Soares de Souza, 70 anos e
Ana Soares Martins, 70 anos

Genildo Fernandes de Souza,
73 anos

Eurico Francisco de Souza, 72 anos

José Moreira Alves, 80 anos e
João Manoel Moreira, 4 anos


Margarida Lages Muniz, 72 anos

Izequiel Pereira de Souza,
Ivan Pereira de Souza,
Maria Cecilia Pereira de Souza e
Gabriel Pereira de Souza

José das Graças Pereira,
Ivan Pereira de Souza e
Gabriel Pereira de Souza

Maria Aparecida de Souza Oliveira

Raul Socorro dos Santos, 58 anos e
Lucia Maura Soares dos Santos,
55 anos

Ana Paulino Ferreira, 70 anos

Nascy Rodrigues de Souza e
Lainara Oliveira Rodrigues









João José Pereira, 76 anos e
Maria da Conceição Alves Pereira, 76 anos
                    
 Maria Helena Lopes

Marizeth Ferreira Alves Cardoso

José Ferreira Lopes, 81 anos

Maria Ribeiro Soares, 78 anos

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Vargem Formosa, imagens de uma comunidade encravada nos ermos do Jequitinhonha


Capela da Fazenda do Riacho

Expedito Pires da Costa,
Maria Jovina Pereira Pires,  
Maria das Graças Pereira Pires

Gameleiras centenárias na casa de 
Expedito dos Santos Costa

Expedito dos Santos Costa, 78 anos

Noemia Gonçalves de Castro e Augusto Alves dos Santos

Noemia Gonçalves de Castro, Vanderleia Alves dos Santos e Lauone Aparecida de Almeida

Anadia Marques Alves

Rosângela Aparecida de Oliveira,
Gerozino Ferreira Rocha e
Tarciso Barbosa de Souza

Geni dos Santos Oliveira,
76 anos


Tarciso Barbosa de Souza

Maria Gonçalves de Oliveira,
94 anos

Detalhe da cozinha de  
Maria Gonçalves de Oliveira

Gilberto Soares de Almeida e família

Maria José da Silva, 74 anos

Maria José da Silva benzendo Francisco Pereira

Joaquim Aparecido Gonçalves e Sebastiana do Rosário Pereira Santos Gonçalves

Rosângela Aparecida de Oliveira e
Gerozino Ferreira Rocha

Entardecendo na casa de
Rosângela e Gerozino











 
Seu Juscelino de pronto setenciou:
Moço, o senhor num fica amargoso não,
mas num faz retrato d'eu não, essas maquinas
costuma arrancar de nós as intimidades,
coisa queu preservo e de fato conservo.
Eu, o senhor fique sabendo, eu num tenho
leitura não, só tenho manjamento, seu moço.
Penso muitas vezes isquisitado, sou assim mermo!
Um homem metido nesses matos desde queu nasci,
uma vida toda vivendo no cerco dessas vargem,
terras de meu Deus.
O meu pai, que Deus o tenha do lado dele,
era homem de gadaria, pastos conservado no arame,
homem forçoso, caridoso de bom
e aguentador de enormes trabalho,
acostumando muito despois de arreunir nós tudo,
nos aconselhando falar:
Deus, meus filhos, depositou no mundo
um prato só, que nós, cada qual com a sua colher
remexe tempero e quantidade no honesto de se prezar
como filho do Pai e da Mãe Imaculada,
honrando o que de fato merece de ser louvado,
achados de bem e de bom,
em quantidades.

                                                                                                  Lori Figueiró
 

Em Curtume, comunidade de Jenipapo de Minas, Ana Tavares Guimarães Ferreira