terça-feira, 30 de outubro de 2012

"Dona Helena e seus saberes" no "Vale com valor", Araçuaí



Coral Ribeirão de Areia


Diêgo Alves

    Josino Medina e Dêner Pinheiro

Josino Medina e Maria Julia Pereira

                            Dêner Pinheiro

Diógenes Ferreira

                      Dêner Pinheiro e 
                      Diógenes Ferreira

Dêner Pinheiro, Diógenes Ferreira
e Grace Matos

       Dêner Pinheiro e Grace Matos

Dêner Pinheiro e Jordan Saldanha

     Dêner Pinheiro, Grace Matos
     e Sara Santana, a bailarina.











Sei que é na beleza das coisas cotidianas que reside a poesia.
Na noite de sexta-feira, de lua crescente, no “Vale com valor”.
      “Venha cá meu bom patrão
       Olha lá repara bem
       No céu entra quem merece
       Na terra vale quem têm”
Assim, “Dona Helena e seus saberes”,
recebeu as boas vindas pelo Coral Ribeirão de Areia,
com as suas vozes, possuidoras como são,
da magia de cores e luzes das terras do Jequitinhonha.
Diêgo, do universo do velho João Rosa, presenteou a todos
com a prosa misteriousança de Sinhá Secada.
Em homenagem a D. Helena, Josino Medina depositou
em nossos corações o seu presépio prazeroso:
     “Vamos dar louvou ao Senhor Menino
      Vamos dar louvou ao Senhor Menino
      Quem sair com esse menino
      Quem sair com esse menino
      Ocê sai com ele devagarinho
      Ocê sai com ele devagarinho
      Prá livrar de tropicão
      Prá livrar de tropicão
      Olhe os buracos do terreiro
      Olhe os buracos do terreiro”
Lembrando de D. Zefa, Josino, me cutucou a fazer umas coisas bonitas,
com a nossa amiga. Provocado, tenho uma dívida a cumprir
de compromisso assumido.
E ainda com Maria Julia Pereira, trovadora, interpretou:
      “Conta, conta, cantador
       Conta a história que eu pedi
       Dizem que o jequi tem onha
       Conta as onhas do jequi”
Dêner, relembrou os Beathes e nos apresentou de sua própria autoria,
a instigante “Viagens ao sertão”. Diógenes Ferreira, passeou pelas paisagens
de Villa Lobos, e na companhia de Dêner, pelos caminhos do rock.
Grace, pelo prazer, viu Lori, de estar fazendo parte desta festa,
entre outras, encantando cantou, para a satisfação e emoção de todos:
       “Vale que vale cantar
        Vale que vale viver
        Vale do Jequitinhonha
        Vale, eu amo você”
Jordan Saldanha trouxe para a noite a Rita, uma imagem de São Francisco
e o disco de Noel, na canção de Chico Buarque.
Sara Santana, a bailarina, num pedido muito especial, encerrou as apresentações
dançando a poesia de Cecilia Meireles, musicada por Dêner, na voz de Grace.

Como nas palavras de Aline, agradeço de todo coração a todos que participaram
desta noite linda, reconhecendo que a festa, Grace, só foi possível graças
à dedicação, aos cuidados e carinhos da família “Vale com valor”, nas pessoas de
Aline Sena, Denise Melo, Henisy Renata, Ivo Ribeiro, Juazina Miranda, Juscelino Gonçalves,
Maria Helena, Milene Antonia, Lorena Rodrigues, Maria Aparecida Santos,
Marta Martins e Renata Costa Silva. E mais, os meus mais sinceros agradecimentos
a Diêgo Alves, pela produção cuidadosa e Gabriel Navarro, pelo transporte.

E assim, como meu compadre Antonio Pereira,
lá de Curtume, tanto gosta de sentenciar:
a vida é boa e é bela, só precisamos de conservar ela!
Assim estamos fazendo, não é mesmo D. Helena,
abraçando a todos afetuosamente.


                                                                                                                     Lori Figueiró






domingo, 14 de outubro de 2012

D. Licota, "tudo prá gente na vida é uma maravilha só."



Manhã da Festa de Nossa Senhora Aparecida. Nas lembranças, o aniversário de Janete, 
minha amiga, que estava completando mais um janeiro, como a minha mãe gostava de dizer.
Em Curtume, na companhia de D. Rita, Sr. Antonio Pereira e Sr. Bernardino, me encontrei
com D. Licota. Enquanto preparava o feijãozinho com torresmo, o franguinho com quiabo  
e abóbora, D. Licota, pela televisão acompanhava a missa, cantava versos e prosa com  
os amigos, relatava os fatos e acontecidos e descrevia sua fé. Gabriela, sua neta, pediu
para ser benzida.  
D. Licota, mais de uma vez confessou a sua alegria e sua fé para com a vida.
Ocês tão me vendo eu aqui, não me falta nada, sou feliz nas graças de Deus e dos  
meus filhos, Elizete me ajuda muito, uma boa filha. Quando me perguntam a idade, 
eu digo, perto de cem, na segunda-feira, faço anos, sei que é pra mais de oitenta e  
cinco e ontem mesmo, eu torrei farinha, fiz o meu doce de feijão, gosto um tanto,  
é muito bom, vou vivendo a minha vida, muito satisfeita com ela.



                                   Maria Ferreira Pereira de Oliveira, D. Licota.




D. Licota com Elizete e com Gabriela, sua neta.




 D. Licota com Sr. Bernardino e
 Sr. Antonio Pereira.











De D. Licota, na despedida, ganhei uma medida de farinha de milho, uma oração,
uns raminhos de arnica e comigo-ninguém-pode, com a proteção de Nosso Senhor  
Jesus Cristo e da Virgem Maria. Com Deus, Lori, nada pode. 
A gente tendo em Deus, tudo prá gente na vida é uma maravilha só. 
Nossa mãe acostumou a gente na fé, de manhãzinha, bem cedo, com a gente ela rezava:

Deus comigo, eu com ele
ele na minha frente, eu atrás dele.
Hora que a gente levanta da cama
claro como foi o dia,
rompe a aurora,
os anjos rezam,
os santos adoram.
Bendita seja esta hora
que eu saio da minha casa
por esta porta a fora
com Deus e Nossa Senhora.

E benzia o corpo, e ía na Varginha donde minha avó morava, longe mermo, e quando 
pegava assim começando a trovar, mãe chegava, mais este cachorrinho, um veludinho
pretinho, num lugar longe, uma longisse só, um lugar... nós passava quando nós ía na
Chapada, passava lá, que é perto da Água Limpa, né... mas mãe ía sozinha e ainda
trazia alguma coisa na cabeça, mas é tão bão a gente andar pegado com Deus, ô gente!
Eu falei, e tem gente que não reza e não põe sentido numa missa pra saber o quê que é Deus.
Gente, olha que tanta boniteza que eu vi esta semana, a festa de Nossa Senhora Aparecida,
e hoje, e amanhã, a mesma boniteza de hoje é amanhã e depois...
Então, meu filho, quando ocê sair pelas estradas, reza, é rezar assim:

Bendita seja esta hora
que eu saio por esta estrada a fora
com Deus e Nossa Senhora.

E Deus vai te proteger, meu filho, a gente tendo em Deus, tudo pra gente na vida
é um prazer sem tamanho.

Emocionado e agradecido, abraçei D. Licota prometendo voltar para comemoramos o seu
aniversário. E ela comigo: e também o aniversário da sua amiga, daqui vou rezando pra ela,
pedindo que Deus abençoa ela, fazendo ela muito feliz e os parentes todos dela e a você 
também, meu filho, que Deus proteja ocês todos.



                                                                                                          Lori Figueiró