quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Quero V - Chapada do Norte


Sandrinha Barbosa Nogueira 
e Aneli de Fatima Pereira.






Sandrinha Barbosa Nogueira
e Maria Patrocinia Soares.







Geni Carvalho Soares,
Sandrinha Barbosa Nogueira
e José Carvalho da Rocha Filho.




                              Bruno Augusto Muniz Morais, Geisy Muniz Carvalho
                              José Carvalho da Rocha Filho, Geni Carvalho Soares
                              e Sandrinha Barbosa Nogueira.


 
Quero
( um olhar profundo em seus olhos
e muitos cuidados )


Quero a luz da poesia
nos olhos de Aleila.

A dança das minhas mãos
no sorriso dos lábios da Menina,
- tempo de latência para tudo
o que se tem para viver.

Quero encontrar o lencinho branco
molhado de orvalho
na canção de D. Evangelina,
numa das estações do meu interior.

Quero Sandra,
o tempero de avó Anna
nos grãos de uvas
da sua erudição solitária,
lá, nas outras paragens
do centro-oeste.

Quero a paina
e o bater da paina
e o voar da paina
nas sacudidas alinhavadas
de Lilia, mulher assim de ser:
que nem braçada de cana-
da bica para os cochos
dos cochos para o tachos,
nas rememoriações de Riobaldo,
ali, onde esses gerais
são sem tamanho.

Nos versos em acróstico
de Adilene Oliveira
brincante riqueza natural
do Jequitinhonha,
quero a força-extremosa
de Rosa Nílha e mãe Gera,
os filhos de Sanete
em Mocó dos Pretos
e os filhos de vó Madalena,
todos, em duas quantidades iguais
de treze.

Quero Maria de Celso
e Geni do Congado
e o empregnado dos gestos
e cores
de terras dançantes
no suor da Chapada.

Quero o Norte do olhar
nos olhos de Aneli,
e também a dança para um lado
e outro
brincando de procurar
o ar que você respira.


                                                                    Lori Figueiró

 


Um tempo vivido lá para os lados de Chapada do Norte

Dançar o poema “Quero”, presenteado pelo amado companheiro Lori Figueiró,
significa para mim, representar mulheres apresentadas à minha pessoa pelas palavras
e lentes sensíveis deste artista sensivelmente delicado e apaixonado pelas mulheres.

As instâncias femininas de Aneli, Maria de Celso e Geni do Congado, vivências pelo
médio Vale do Jequitinhonha no ambiente habitado por elas: Chapada do Norte.

Matrizes: mulheres que geram, geram porque gestam.

Mergulhar neste universo em que a poeira alta e lúcida encobre, às vezes, o vermelho
arroxeado de suas terras, também descortinaram em minha vista a relação que estas
mulheres tem com o viver íntimo com as sensações, todas elas.
Fico a pensar que tal intimidade estreita à consciência de que o existir se faz pelos corpos.
Ao inquietar meus pensamentos, a maneira de viver as atividades do cotidiano destas
mulheres me fascinam profundamente e levam-me a senti-las íntimas com percepções
sensoriais abençoadas.

Aneli, Maria e Geni – corpos e essência: expressão autêntica de realidades estimulando
meu dançar.

Agradecida a Deus ponho-me a pedir sua Graça para vivenciar suas bênçãos infinitas.

                           
                                                                              Sandrinha Barbosa Nogueira

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