quinta-feira, 31 de maio de 2012

Compadres que falam e ouvem compadres


Aqui nas geraes,
Sandra,
os compadres ainda tem o habito
de ouvir
e falar aos compadres.
O velho Rosa, me apresentou
Riobaldo, compadre meu
de cismas e andanças,
e nele reconheço
que o correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
E mais,
o que ela quer da gente é coragem.
Sr. Bernardino, mais de uma vez
me olhando de frente, me alertou:
o sapo, Seu Lori, não pula 
por buniteza,
ele pula é por pricisão.
Tudo no mundo se não tiver 
uma tranguilidade,
não dá pa viver.
Palavras de Sr. José Batista,
compadre lá de Tamanduá,
sorriso matreiro,
me pedindo para espreitar:
não cai uma folha de uma árvore
se não for da vontade de Deus,
o senhor não acredita?
E em tantas outras ocasiões
assuntando Riobaldo,
meu compadre,
esta vida está cheia 
de ocultos caminhos.
Se o senhor souber, sabe;
não sabendo, não me entenderá. 
Que assim seja!
 
                       Lori Figueiró
                                                              Bernardino Lopes de Caldas, José Batista Nunes 
                                                              e um auto-retrato.              
                                                                                

Um comentário:

  1. As lentes sensíveis de uma ferramenta de trabalho, a partir delas, encontros, com relatos e manifestações para serem registradas.
    Que seus trabalhos iniciados prossigam em memórias
    que constroem.

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