quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Nós da terra, essência e o celebrar da vida


                    Sim,

                    em um tempo que se faz presente,
                    a luz da poesia
                    de um povo, de um lugar:
                    Jenipapo de Minas. 












                       















Essência e o celebrar da vida


Gosto de me encantar
com Sr. Bernardino
e o seu entrosamento com os versos.
Dona Rita, o seu pandeiro
e a caixa de folia de Sr. Antonio Pereira.
Gosto das vozes brejeiras
de Ribeirão de Areia,
e da força latente do Consciência.
Dos pés em dança dos Batuqueiros,
e da viola de Sr. Izalino.
As bençãos de Sr. Eurico e Dona Ana,
o rendado das peneiras de Sr. José Caldas
e a de Dona Filicina.
As mãos em cerâmica de Dona Maria Cristina,
e as mãos de mãe Gera, Tionila e Jovelina,
e as mãos das outras mães de umbigo
recebendo outras mãos.

Os traçados em retalhos de Nedi e Maria Julia
e o rendado dos terços de Olímpio e João do Morro.
O imaginário em prosa de Dona Emilia e Sr. José Carvalho.
A cozinha de Dona Rosa com seus sabores e aromas
e a poesia das narrativas tropeiras de Sr. José Batista
Sr. Antonio dos Santos.
As simpatias e malinezas de Dona Antoninha,
Maria da Penha e Dona Carmelita.
Sr. Francisco, sem cerimônias, se revelando:
“o senhor pode acreditar, eu sou o contrário,
eu sou feliz, graças a Deus,
e Cintia no telefone: tô aqui menino, assuntando
o luar da lua, proseando...

Dona Conceição, seus pães e quitandas em fornadas.
O Unto-sem-sal de Dona Áurea, José Maria e Dona Fiinha.
O fiar da roda de Dona Joaquina, as canções de Dona Vangelina,
Lilia e os versos de Aleila, as raízes de Sr. Marquinhos,
as bonecas de Dona Antonia, o ponto em cruz de Dona Sena,
o desenho sinuoso das sombrancelhas de Vanusa,
e o brilho contagioso dos olhos de Silene.
Em Jenipapo de Minas,
fotografar o seu povo, é fotografar as emoções
alimentadas no solo do cerrado,
seus encantamentos e poesia,
sua essência e o celebrar da vida.

Em Jenipapo de Minas,
fotografar o seu povo
é fotografar a sua Alma.


                                                                                        Lori Figueiró






2 comentários:

  1. Muito lindo tudo isso!
    Mãos,olhares e ainda o que não se vê
    com olhos comuns mas se espera;
    um click a mais
    do celebrar da vida.

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  2. Imagens que revelam o trabalho de um olhar cuidadoso!
    Singularidades: identidade de um povo.
    Na celebração da Vida a possibilidade de redescobri-la a cada movimento.
    Maravilha.

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